Milhares de pessoas participaram, em mais de 60 cidades brasileiras, das caminhadas pela vida, no último domingo, 8 de outubro, no Dia do Nascituro, encerramento da Semana Nacional da Vida. Agentes da Pastoral Familiar, membros de novas comunidades, famílias, religiosos e pessoas de boa vontade foram às ruas para manifestar sua posição em favor da vida desde a concepção. A votação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode descriminalizar o aborto até a décima segunda semana de gestação foi um fator determinante para maior mobilização nos atos.
Confira como foram algumas atividades:
Brasília
Em Brasília, a Caminhada pela Vida foi realizada na Esplanada dos Ministérios, com origem na catedral metropolitana Nossa Senhora Aparecida. O evento também teve a participação de políticos ligados à causa pró-vida e organizações da sociedade. O assessor eclesiástico do Setor Vida e Família da arquidiocese de Brasília, padre João Baptista Mezzalira, ressaltou que o Dia do Nascituro “é uma data muito especial para nós, pois precisamos ajudar a sociedade a lembrar desse princípio natural de conservação da vida e de respeito ao ser humano, que tem os seus direitos desde o momento de sua concepção por já ser uma pessoa”.
A presidente do Movimento Brasil sem Aborto e assessora da Comissão Especial de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), doutora Lenise Garcia, ressaltou a necessidade de dar visibilidade à consciência da maioria da população, que é a favor da vida.
“Nós precisamos aprender a manifestar também o nosso posicionamento de várias formas e principalmente com essas manifestações públicas, exatamente para que a população possa mostrar que é contra o aborto e a favor da vida”, frisou.
Pernambuco
No Recife (PE), milhares de pessoas estiveram na orla de Boa Viagem para a 14ª edição do “Sim à Vida”. O evento arquidiocesano foi realizado novamente depois de quatro anos, por conta da pandemia e do Congresso Eucarístico Nacional. Músicas, pregações e Missa foram as atividades propostas.
A eucaristia foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, que alertou que o aborto não é um assunto isolado, “está relacionado a interesses econômicos globais”. Dom Paulo também ressaltou que o Papa Francisco oferece bases bíblicas e espirituais para preservar a vida no planeta.
“Precisamos dizer sim à vida em sua plenitude, opondo-nos claramente ao aborto e à eutanásia. Louvemos a Deus, o único criador, e protegemos a vida, pois quando cuidamos dela, ela nos guarda”, disse dom Paulo Jackson.
São Paulo
Na capital paulista, a tradicional Marcha pela Vidareuniu centenas de pessoas na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, com o objetivo de celebrar “o dom da vida, que tem início na concepção, agradecendo a Deus e conscientizando as pessoas da importância de dizer Sim à vida”, como explicou a coordenadora da marcha em São Paulo, Elaine Cancian.
Ela completa que, junto com esse primeiro e maior objetivo, o grupo se manifestou contra a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que pede a descriminalização do aborto no Brasil. A ação, sublinha Elaine, objetiva “legalizar o assassinado no ventre materno e colocando em risco as duas vidas, do bebê e da mãe”.
Goiás
Na diocese de Anápolis, centenas de pessoas se reuniram na caminhada em defesa do direito à vida e contra o aborto. O evento foi marcado pela presença do bispo auxiliar da diocese, dom Dilmo Franco, que se uniu aos manifestantes na Praça das Mães, dando início à jornada. A caminhada contou com a presença de representantes do Pró-Vida de Anápolis, da Pastoral Familiar, Comunidade Famílias Novas e diversos outros movimentos e pastorais da diocese.
O ponto de chegada da caminhada foi a Catedral Bom Jesus da Lapa, onde dom Dilmo presidiu a Santa Missa em homenagem ao Dia do Nascituro. Durante a celebração, os fiéis puderam refletir sobre a sacralidade da existência desde a concepção e orar pela proteção e bem-estar dos nascituros.
ADPF 442
A decisão da então ministra e presidente do STF Rosa Weber, de pautar a ADPF antes de sua aposentadoria, gerou apreensão na Igreja Católica e em vários setores da sociedade, preocupados com a intenção por trás da ação judicial, que pode ser um precedente para a legalização do aborto em qualquer tempo de gestação.
Após ser colocada em votação por meio do plenário virtual, a ADPF 442 recebeu o voto favorável ao aborto da ministra Rosa Weber. Em seguida, o ministro Luís Roberto Barroso pediu destaque para que o processo seja votado em plenário presencial.
Padre João Baptista Mezzalira ressalta que o momento atual é delicado, quando se coloca a vida humana em risco diante das tentativas de legalização do aborto. “Embora haja altos e baixos, em que parece que o projeto de lei da ADPF 442 esteja retrocedendo, nós precisamos manter uma firmeza para conseguirmos com estabilidade ter no nosso Brasil o Estatuto do Nascituro, para que ele proteja sempre essas crianças”, afirmou durante a Caminhada pela Vida em Brasília.
Informações e fotos do portal da CNBB