O Santo Padre tomou como inspiração a figura da mãe do imperador Constantino, Santa Helena, para desenvolver sua interpretação da parábola do tesouro oculto (Mateus 13,44), destacando que Cristo constitui este tesouro, pelo qual merece a entrega total de nossa existência.
No espaço da Praça São Pedro, o Papa Leão XIV acolheu milhares de fiéis em peregrinação. Durante a catequese, o Santo Padre desenvolveu reflexões sobre a parábola do tesouro enterrado no campo, presente no Evangelho segundo São Mateus, onde Jesus apresenta o Reino de Deus: torna-se necessário escavar para atravessar a superfície da realidade e despertar novamente a esperança.
O Papa destacou que quando os cristãos obtiveram a liberdade para manifestar publicamente a fé, os seguidores iniciaram trabalhos de escavação, especialmente nos lugares relacionados à paixão, morte e ressurreição de Cristo. A tradição histórica destaca Flávia Júlia Helena, mãe do imperador Constantino, como a figura central dessas expedições arqueológicas. Ao invés de aproveitar as comodidades da vida palaciana, ela optou por seguir os passos de Cristo na distante Jerusalém. O grande tesouro revelado por Helena foi a Santa Cruz.
“Eis o tesouro escondido pelo qual vender tudo! A Cruz de Jesus é a maior descoberta da vida, o valor que modifica todos os valores,” frisou o Papa.
Helena conseguiu compreender essa verdade, pois ela própria suportou durante longos anos sua cruz pessoal, tendo sido rejeitada pelo esposo e afastada de seu filho Constantino. Apesar das aflições e decepções, permaneceu como uma mulher em busca, decidiu abraçar o cristianismo e sempre exercitou a caridade, nunca se esquecendo dos necessitados, de onde ela mesma havia surgido.
“Cultivar o próprio coração requer empenho. É a principal missão. Mas escavando se encontra, curvando-se nos aproximamos sempre mais daquele Senhor que se despojou de si mesmo para se tornar como nós. A sua Cruz está sob a crosta da nossa terra”, finalizou o Papa.
Com foto e informações do Vatican News.