Diante do Papa Leão XIV e de milhares de fiéis, duas mulheres – a italiana Lucia Di Mauro e a norte-americana Diane Foley – partilharam o caminho de luto, fé e reconciliação que marcaram suas vidas. Ambas tiveram familiares assassinados, mas encontraram, na fé e na oração, a força para transformar a dor em sementes de esperança e reconciliação.
Lucia e o caminho da reconciliação
Lucia Di Mauro perdeu o marido, Gaetano Montanino, assassinado em Nápoles por quatro jovens, há 16 anos. Ela recorda que a dor parecia insuportável, mas encontrou, na fé e na missão de assistente social, um chamado a interromper a cadeia de violência.
O testemunho de Lucia tornou-se ainda mais forte quando conheceu Antonio, um dos responsáveis pelo crime, preso aos 17 anos. O encontro, inicialmente marcado pelo medo, transformou-se em um abraço que abriu caminho para a Justiça Reparativa: um processo de diálogo, escuta e transformação. Hoje, Lucia acompanha o percurso de reabilitação de jovens presos e testemunha que a reconciliação não é apenas perdão, mas devolução de dignidade e futuro.
Diane e a dor de uma mãe
O segundo testemunho foi de Diane Foley, mãe de James Wright Foley, jornalista americano sequestrado e morto pelo grupo Estado Islâmico em 2014. Entre lágrimas, Diane relatou como buscou ajuda em diversos países para salvar o filho e como enfrentou a notícia de sua morte brutal. A dor, inicialmente acompanhada de raiva e revolta, foi sendo transformada pela oração.
Anos depois, Diane teve a oportunidade de encontrar um dos sequestradores de Jim, Alexanda Kotey, que expressou arrependimento. Nesse encontro, ela reconheceu a ação do Espírito Santo que permitiu olhar para ele não apenas como criminoso, mas como pecador necessitado de misericórdia. Dessa experiência nasceu a Fundação James W. Foley, dedicada à defesa da dignidade de jornalistas e vítimas de violência.
Luz que nasce da cruz
Os testemunhos de Lucia e Diane mostraram que a fé não elimina a dor, mas a transforma, tornando-se fonte de vida nova. Como ressaltou Diane: “Cada um de nós carrega uma cruz. Todos sofremos por nossos pecados, mas quando convidamos Jesus e Maria para caminhar conosco, sempre há esperança e cura.”
No coração do Jubileu da Consolação, a Igreja testemunha que a força do Evangelho é capaz de romper as correntes da vingança e abrir caminhos de perdão, esperança e vida nova.
Com foto e informações do Vatican News.