O texto divulgado pelo Vaticano traz uma reflexão profunda sobre os desafios e as responsabilidades éticas que surgem com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial no campo da comunicação.
Segundo o comunicado, os atuais ecossistemas comunicativos são fortemente moldados por tecnologias que influenciam as interações humanas de formas nunca antes vistas — desde algoritmos que filtram conteúdos nas redes sociais até sistemas de inteligência artificial capazes de produzir textos e diálogos completos.
Apesar de oferecerem eficiência e alcance, essas ferramentas “não podem substituir as capacidades unicamente humanas de empatia, ética e responsabilidade moral”, destaca o texto. A comunicação pública, continua o Dicastério, “exige julgamento humano, não apenas esquemas de dados”, e o grande desafio é assegurar que a humanidade permaneça no centro, orientando o uso dessas tecnologias.
O documento também alerta para os perigos reais que acompanham os avanços tecnológicos. Embora a inteligência artificial seja capaz de criar conteúdos envolventes, também pode produzir informações enganosas, manipuladoras e prejudiciais, além de perpetuar preconceitos e estereótipos presentes nos dados com os quais é treinada.
Entre as preocupações destacadas estão a possibilidade de invasão de privacidade sem consentimento, a perda do pensamento crítico e da criatividade devido à dependência excessiva das máquinas, e a concentração de poder nas mãos de poucos detentores dessas tecnologias, o que pode aumentar desigualdades e ameaçar a liberdade humana.
Para enfrentar esse cenário, o Dicastério enfatiza a urgência de incluir a alfabetização midiática e a chamada Media and Artificial Intelligence Literacy (MAIL) nos sistemas educacionais. “Como católicos, podemos e devemos dar a nossa contribuição, para que as pessoas – especialmente os jovens – adquiram a capacidade de pensar criticamente e cresçam na liberdade de espírito”, afirma o texto.
O comunicado conclui lembrando que o futuro da comunicação deve garantir que as máquinas sejam ferramentas a serviço da vida humana e promotoras de conexão, “e não forças que corroem a voz e o rosto do ser humano”.
Com foto e informações do Vatican News.