III Encontro Arquidiocesano da PASCOM destaca comunhão, missão e espiritualidade

A Comissão Arquidiocesana da Pascom realizou o seu 3º Encontro Arquidiocesano, no sábado (08/11), reunindo cerca de 200 comunicadores de 50 paróquias, no salão da Paróquia do Verbo Divino, localizada na Asa Norte.

O encontro teve como tema central “Narrar a beleza do amor de Cristo que une a todos e faz de nós um só povo, guiado pelo Bom Pastor” e foi marcado por espiritualidade, formação e momentos de partilha entre as equipes paroquiais.

A programação contou com adoração, oração, reflexão e celebração. Após a acolhida das equipes às 13h30, todos participaram da Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pelo Padre Lucas Felipe, Assessor Eclesiástico da Pascom, que convidou os comunicadores a oferecerem a Deus o próprio trabalho pastoral.

Em sua reflexão, o sacerdote ressaltou que o serviço da PASCOM deve nascer da humildade e da oração. “O comunicador precisa fazer tudo por Deus e para Deus. A comunicação da Igreja não é lugar de vaidade, mas de serviço e entrega. Devemos desaparecer para que Cristo apareça”, afirmou.

Em seguida, o jornalista Luiz Lopes, coordenador da PASCOM da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida e assessor na CNBB, ministrou uma palestra sobre o tema proposto pelo encontro a partir do discurso do Papa Leão XIV aos agentes da comunicação, proferido em 12 de maio de 2025.

O palestrante destacou que o Papa, em sua carta pastoral, convidou os comunicadores católicos a promoverem a escuta e o diálogo como antídoto ao ruído do mundo contemporâneo. “Comunicar o amor de Cristo não é buscar consenso a qualquer custo, mas abrir espaços de encontro onde a verdade e a caridade se unem”, explicou.

Luiz Lopes apresentou quatro eixos de reflexão — narrar, a beleza do amor, unir a todos e o Bom Pastor — e afirmou que a comunicação cristã deve ser testemunho e não apenas técnica.  “O comunicador é alguém que fala do que vive, não apenas do que sabe. A comunicação pastoral é chamada a refletir o rosto de uma Igreja em saída, que se aproxima e cura as feridas por meio da palavra e da presença”, declarou.

O Arcebispo promoveu uma profunda reflexão sobre “Comunicadores de uma Igreja mistagógica, sinodal e missionária”, destacando as três dimensões que orientam a ação comunicacional da Igreja. Dom Paulo convidou os participantes a compreenderem o próprio serviço como uma extensão do discipulado missionário.

Dom Paulo iniciou lembrando o contexto do Ano Jubilar e questionou qual tem sido, para cada comunicador, a verdadeira experiência de Deus. “Vivemos um tempo de graça jubilar. E o Jubileu é o convite à experiência pessoal e comunitária de Deus. A Igreja não fala apenas de Deus, ela conduz à experiência de Deus. É esta experiência que muda o coração e transforma a comunicação em testemunho”, afirmou.

Ao falar sobre a Igreja sinodal, o Cardeal evocou as palavras do Papa Francisco e o número 50 do Documento do Sínodo, destacando a importância do discernimento comunitário. “Numa Igreja sinodal, caminhamos juntos, escutando o Espírito Santo e uns aos outros. As relações precisam ser a medida do Evangelho, porque cada pessoa é parte essencial do todo. Jesus nos pede que nos amemos uns aos outros. E, no plano do amor, seremos sempre devedores”, disse.

Sobre a mistagogia, o Arcebispo explicou que a comunicação cristã deve conduzir o fiel da ideia à experiência, fazendo o Evangelho tocar a vida. “A comunicação eclesial não é uma sequência de informações, mas uma experiência que leva ao encontro com Cristo vivo. Só comunica bem quem comunica com o coração transformado pela fé.”

Por fim, tratou da missão digital, reconhecendo as mídias sociais como campo fértil para o anúncio do Evangelho. “O Evangelho precisa habitar o mundo novo das linguagens digitais. É um campo vasto e bonito, que exige responsabilidade e esperança. O comunicador é chamado a estar presente, com fé e coerência, para que o amor de Deus alcance corações também na era digital”, declarou.

O Arcebispo concluiu a reflexão encorajando os participantes a continuarem servindo com alegria e simplicidade. “A missão da PASCOM é evangelizar. Comunicar é servir, e servir é amar”, resumiu.

O encontro arquidiocesano foi encerrado com a Santa Missa, celebrada na própria Paróquia do Verbo Divino e presidida por Dom Paulo Cezar Costa, com a concelebração do pároco local, Padre Vagner Uilson Apolinário SVD.

Durante a homilia, o Cardeal refletiu sobre a comunhão da Igreja de Brasília com a Igreja Mãe de Roma, de Latrão, e lembrou que a Basílica de São João de Latrão, Igreja do Santo Padre Leão XIV, é o símbolo da unidade da fé católica.

“A água que jorra do templo é imagem da vida que brota de Cristo. Ele é a fonte que purifica e dá vida. Quando expulsa os cambistas, Jesus recorda que a casa do Pai não pode ser casa de comércio, mas de oração. O templo é a casa do povo e a morada de Deus. Nele, a comunidade celebra, guarda a reserva eucarística e se reconhece como templo vivo do Espírito Santo”, afirmou.

O Arcebispo explicou ainda que celebrar a dedicação da Basílica de Latrão significa renovar a comunhão da Igreja local com o Papa e com toda a Igreja universal. “O templo é sinal de unidade, e cuidar da casa de Deus é cuidar da própria fé”, concluiu.