Em sua mensagem em vídeo, o Pontífice encorajou esses fiéis a não se sentirem abandonados e a permanecerem como “sementes de paz, de reconciliação e de esperança”.
Ao apresentar a intenção de oração de dezembro — a última do ano — o Santo Padre dirigiu seu olhar especialmente ao Oriente Médio, pedindo: “Rezemos para que os cristãos que vivem em contextos de guerra ou de conflito, especialmente no Oriente Médio, possam ser sementes de paz, reconciliação e esperança.”
No vídeo produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa, com colaboração do Vatican Media, Leão XIV reza ao “Deus da paz” e suplica para que os cristãos “que vivem em meio a guerras e violência” jamais se sintam sozinhos. “Mesmo cercados pela dor”, disse, que nunca deixem de experimentar “a gentil bondade da presença de Deus” e as orações da Igreja espalhada pelo mundo. (Clique aqui para assistir ao vídeo!)
O Santo Padre destacou que esses cristãos, sustentados pela graça divina e pelos laços fraternos, podem tornar-se “sementes de reconciliação”, construtores de esperança por meio de gestos grandes e pequenos, capazes de perdoar, superar divisões e buscar justiça com misericórdia.
Mesmo em lugares onde a guerra parece ter se tornado a única linguagem possível, o Papa insistiu que os cristãos são chamados a ser “instrumentos de paz”. E esse chamado, sublinhou, não se limita àqueles que vivem nessas regiões: toda a Igreja é convidada a promover a paz, porque Jesus proclamou bem-aventurados os pacificadores.
A oração conclui com um pedido ao Espírito Santo, dizendo: “Fonte de esperança nas horas mais sombrias, sustentai a fé dos que sofrem e fortalecei a sua esperança. Não permitais que caiamos na indiferença e fazei de nós construtores da unidade, como Jesus. Amém.”
A intenção de oração coincide com a primeira viagem apostólica do Papa Leão XIV, direcionada justamente a uma das regiões mais tensionadas politicamente e mais vulneráveis em termos econômicos e de segurança. Segundo o Relatório de 2025 sobre liberdade religiosa da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, os conflitos e as crises socioeconômicas do Oriente Médio fragilizam ainda mais as minorias religiosas, especialmente os cristãos.
Na Palestina, a população vive exaurida após dois anos de guerra, e muitas igrejas se tornaram abrigo para famílias desalojadas. No Líbano, a crise econômica levou à migração em massa, esvaziando paróquias e escolas. No Iraque e na Síria, a reconstrução avança de forma lenta, marcada pela instabilidade política, pela insegurança e pelo desânimo entre os jovens. Ainda assim, pequenas comunidades continuam firmes: guardam a fé, servem aos pobres e constroem pontes com vizinhos de outras religiões.
As imagens que acompanham o vídeo do Papa mostram justamente essa resistência silenciosa: celebrações retomadas em vilarejos iraquianos após a guerra; a força da comunidade paroquial de Gaza mesmo sob bombardeios; o trabalho incansável da Caritas no Líbano; e o refúgio espiritual oferecido por mosteiros sírios — sinais vivos da ação do Espírito Santo, “fonte de esperança nas horas mais sombrias”.
O Padre Cristóbal Fones, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, recorda que a situação dos cristãos em contextos de conflito sempre esteve no coração dos sucessores de Pedro. O Papa Francisco frequentemente pediu orações pelos cristãos perseguidos, pelo diálogo no Oriente Médio, pelos novos mártires e pelas comunidades discriminadas.
O Papa Leão XIV, agora, dá continuidade a essa herança justamente no momento em que se prepara para encontrar de perto as comunidades da Turquia e do Líbano. Seu apelo quer assegurar aos cristãos da Palestina, do Líbano, da Síria, do Iraque e de tantas outras regiões que eles não estão esquecidos — a Igreja universal caminha com eles. E lembra a todos que, mesmo em meio às provações, a fé permanece fértil: das comunidades feridas podem brotar sementes de reconciliação e de paz.
Com foto e informações do Vatican News.