A celebração, realizada no dia em que a Igreja festeja os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, reuniu profissionais que, com dedicação e zelo, sustentam o cotidiano pastoral e administrativo das paróquias e comunidades.
O evento teve início em frente à Cúria Metropolitana, onde o Arcebispo Metropolitano, Cardeal Paulo Cezar Costa, acolheu os participantes com a bênção da água e aspersão. Durante a acolhida, Dom Paulo Cezar recordou que a celebração dos arcanjos nos convida a viver a missão como caminho de santidade:
“Hoje celebramos o dia dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, que participam da glória de Deus e exercem missões em nome d’Ele. Vemos o Arcanjo Gabriel indo à periferia do mundo de então para encontrar Maria e anunciar a vontade de Deus. Assim também somos chamados a manifestar o projeto de Deus nas realidades em que estamos inseridos”, afirmou.
O Cardeal destacou ainda a importância da missão dos secretários paroquiais no dia a dia da Igreja, “porque a presença de vocês é uma presença de amor, é uma presença de vida. A vida de todos nós tem seu peso, sua cruz. Não há vida sem desafios, mas precisamos viver com alegria. Por isso, minha palavra hoje é de agradecimento por essa missão que vocês realizam nas paróquias e na Igreja. Continuem a ser essa presença do amor de Deus na vida de tantas pessoas”, incentivou Dom Paulo.
Em seguida, os secretários e secretárias seguiram em peregrinação carregando a cruz jubilar até a Catedral, onde foi celebrada a Santa Missa em Ação de Graças, presidida por Dom Denilson Geraldo, Bispo auxiliar de Brasília.
Durante a homilia, Dom Denilson destacou que os secretários e secretárias são “um dos grupos mais fundamentais para o andamento das paróquias e de toda a Arquidiocese”. Inspirando-se na liturgia do dia, o Bispo relacionou a missão dos Arcanjos ao trabalho diário desses profissionais, dizendo que “Na primeira leitura, Daniel contempla o trono de Deus rodeado por mensageiros. A secretaria paroquial, com seus livros, protocolos e atendimentos, é também uma antecâmara do encontro com Deus. Cada pessoa que atravessa aquela porta é um peregrino que busca sentido para sua vida. Atrás dos papéis, estão as pessoas”, destacou.
O Bispo apontou três atitudes inspiradas nos arcanjos que devem nortear a missão dos secretários: defender, anunciar e cuidar. “Miguel nos ensina a defender o espaço sagrado de pressas e interesses particulares. Gabriel recorda que a comunicação é missão — e toda mensagem deve ser verdadeira, necessária e caridosa. Rafael nos convida a cuidar, porque muitos chegam feridos, em busca de escuta, consolo e orientação. Vocês são muitas vezes a primeira catequese de quem volta à Igreja depois de anos. O sorriso de vocês abre portas que nenhuma chave abre”, afirmou Dom Denilson.
O Bispo concluiu convidando os presentes a viverem seu trabalho com consciência de missão. “Quando exercemos nossa missão com beleza e totalidade, a vida se torna realização. Vocês são o cartão de visita da paróquia e da Igreja. Cada pessoa que encontra com vocês na secretaria deve sair dali com a vida um pouco mais bonita, um pouco mais encantada”, disse.
Os testemunhos dos secretários e secretárias presentes deram rosto e profundidade à celebração, revelando como essa missão transforma vidas e histórias. Para Paulo Afonso Lima Borges, secretário desde 2023 na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, “ser secretário é ser ponte entre Deus e o povo. Acho que é fazer essa extensão do nosso trabalho dentro da Igreja, ser o primeiro rosto de informação e cuidado. Esse trabalho é fruto de uma oração, de querer estar mais perto de Deus. Estar ali, todos os dias, diante d’Ele, salva minha vida, minha vocação e minha história”, partilhou.
Com 23 anos de dedicação, Maria Izani, da Paróquia São João Bosco, localizada no Núcleo Bandeirante, resumiu sua missão em uma palavra: serviço. “Ser secretária é estar a serviço da paróquia. Ao longo dos anos, vivi muitas histórias marcantes com pessoas que chegaram com problemas e encontraram solução com a graça de Deus”, contou.
Também da Paróquia São João Bosco, Marie Augustine Guilufi Assumi, há 29 anos e 7 meses na função, vê no serviço uma escola de vida. “O que mais me marca é aprender, passo a passo, com a comunidade e com cada padre que passa por lá. Cada um tem um jeito, e a gente aprende a caminhar junto”, afirmou.
Já Rose Romeiro, com 14 anos de missão na mesma paróquia, definiu seu trabalho como um chamado ao acolhimento. “Ser secretária é uma missão de servir a Deus, aos padres e à comunidade. Muitas vezes somos nós que resgatamos pessoas afastadas da Igreja. Às vezes, um simples atendimento pode mudar tudo”, partilhou.
A celebração do Jubileu dos Secretários Paroquiais foi, acima de tudo, um reconhecimento da importância desse serviço silencioso e essencial para a vida da Igreja.