A Praça São Pedro recebeu milhares de peregrinos na manhã desta quarta-feira, quando o Pontífice deu continuidade ao ciclo de catequeses do Jubileu 2025, dedicado ao tema “Jesus Cristo, nossa esperança”. Nesta etapa, refletiu sobre o poder transformador da Ressurreição diante dos desafios contemporâneos, propondo como tema: “Esperar na vida para gerar vida”.
Logo no início, o Santo Padre recordou que a Páscoa de Cristo “ilumina o mistério da vida” e permite contemplá-lo com esperança, mesmo quando marcado por sofrimento. A vida humana, afirmou, é um dom recebido e continuamente sustentado pelo cuidado, pela proteção e pela vitalidade que Deus oferece.
Esse dom desperta as grandes questões que acompanham toda a humanidade: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e qual é o sentido do caminho que percorremos. Perguntas que revelam a necessidade profunda de significado, direção e esperança.
O Papa identificou um dos grandes males do nosso tempo: a perda da confiança na vida. Muitos, observou, passaram a vê-la não como dom, mas como ameaça, algo a temer para evitar frustrações. Diante desse cenário, seu apelo foi direto ao pedir que os fiéis possam recuperar a coragem de viver e de gerar vida, testemunhando que Deus é “Aquele que ama a vida”, conforme anuncia o Livro da Sabedoria.
“Sem esperança, a vida corre o risco de parecer um parêntese entre duas noites eternas”, alertou. “Esperar pela vida significa antecipar o destino, acreditar naquilo que ainda não se pode ver, confiar no amor de um Pai que nos criou por amor e deseja a nossa felicidade.”
Gerar vida, explicou o Pontífice, faz parte da própria estrutura da criação e culmina no dom recíproco entre homem e mulher. Mas vai além: inclui promover a dignidade humana em todas as dimensões, apoiar maternidade e paternidade, fortalecer economias solidárias, cuidar da criação, escutar, acompanhar e oferecer ajuda concreta.
A catequese evocou também o drama da liberdade humana, exemplificado na história de Caim e Abel. A rivalidade, a inveja e a violência, disse o Papa, continuam presentes ao longo da história.
“No entanto, a lógica de Deus é outra”, afirmou. Deus permanece fiel ao seu desígnio de amor e continua a sustentar a humanidade, “mesmo quando, seguindo os passos de Caim, ela cede ao instinto da violência nas guerras, nas discriminações, nos racismos e nas diversas formas de escravidão”.
Ao concluir, o Papa Leão XIV reafirmou que a Ressurreição de Cristo é a força que sustenta o discípulo, especialmente quando as trevas do mal obscurecem o coração e a mente.
“Quando a vida parece ter-se extinguido, quando tudo parece bloqueado, o Senhor Ressuscitado passa novamente e caminha conosco e por nós. Ele é a nossa esperança”, finalizou.
Com foto e informações do Vatican News.