Celam aborda a recepção do Sínodo sobre a Sinodalidade em sua 40ª Assembleia Geral

Na manhã desta quarta-feira, 28 de maio, durante a 40ª Assembleia Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), no Rio de Janeiro (RJ), os participantes refletiram sobre a recepção do Sínodo sobre a Sinodalidade, cuja última sessão foi realizada em 2024. Por videoconferência, o secretário adjunto do Sínodo dos Bispos, dom Luís Marín de San Martín, deu indicações sobre a fase de implementação da Assembleia Sinodal, vivida pela Igreja atualmente.

O secretário tomou como base de sua partilha a constituição apostólica Episcopalis Communio, do Papa Francisco, e explicou que a fase de implementação é essencialmente prática, na qual as dioceses recebem os resultados do Sínodo. Elas devem, assim, “definir e aplicar as conclusões do sínodo na vida da igreja local”.

O ponto de partida e de chegada da implementação, recordou Luís Marin, é o povo de Deus, e os organismos de participação “devem existir em todas as dioceses e ter funcionamento”. Segundo ele, a “sinodalidade não é um fim em si mesmo, mas aponta para a missão”.

Algumas indicações foram oferecidas aos bispos, a partir das premissas de que a sinodalidade deve ser “uma dimensão constitutiva da Igreja”; deve envolver as dioceses e conferências episcopais e todos os organismos das dioceses. Outro ponto destacado pelo secretário adjunto do Sínodo é que “o material básico é o documento final”, para ser lido – não como um livro de literatura -, mas como documento de trabalho.

“A sinodalidade é um caminho de renovação espiritual dos indivíduos, das comunidades, da Igreja” motivado pelo Papa Francisco e agora pelo Papa Leão XIV. Também é um caminho “de reforma estrutural”, afirmou. “Temos de tomar decisões para mudar estruturas, que são um meio, e, se não servem, se muda”.

Dom Luís Marin motivou os participantes a superar o perigo da indefinição, que é observado em alguns lugares, e a não apenas falar da sinodalidade, “mas viver a sinodalidade”.

Uma das indicações práticas para a aplicação das decisões do Sínodo sobre a Sinodalidade compartilhadas é a sugestão de integrar a colaboração entre os organismos continentais, ajudando outros continentes e enriquecer-se com as contribuições a partir das outras realidades, o que o Celam pode contribuir com a experiência.

As reflexões continuaram com o diretor do Centro de Formação do Celam (Cebitepal), Rafael Luciani, que tratou do processo de recepção do Sínodo na América Latina. Ele recordou a 37ª Assembleia do Celam, em 2019, como momento importante para promover um processo de renovação e reestruturação institucional do organismo continental, apontando para a sinodalidade.

A Comissão responsável pela recepção do Sínodo na América Latina e no Caribe partilhou o trabalho realizado, e os bispos seguiram dialogando sobre o trabalho de recepção do Sínodo e da Assembleia Eclesial em seus países.

Texto e fotos: Luiz Lopes Jr., Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)