A Basílica Santuário São Francisco de Assis celebrou o Dia do Padroeiro, São Francisco de Assis, com uma programação especial, que inclusive contou com o recebimento de indulgência plenária, cancelando todas as penas temporais que a alma teria de cumprir no purgatório para chegar à santificação perfeita.
As atividades começaram logo cedo, com a primeira missa às 7h. Na sequência, com celebração às 8h, 9h30, 11h, 12h15, 15h, 17h e 19h. A procissão, que teve início às 18h, saiu da 915 norte, Paróquia Nossa Senhora da Consolata em direção à Basílica.
Às 19h, A Missa Solene foi presidida por Dom Antonio de Marcos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília. Durante a solenidade, as imagens réplica de São Francisco foram abençoadas e, logo após a Santa Missa, os fiéis participaram da Quermesse do Padroeiro, com comidas típicas, bingo, música ao vivo e muita diversão.
São Francisco, devido ao seu amor pela natureza e tudo que envolvesse o meio ambiente, é considerado padroeiro dos animais. Frequentemente foi retratado rodeado por bichos, sobretudo pássaros. Por isso, é tradicional que na festa do padroeiro muitos animais de estimação recebam a bênção.
Conheça a história de São Francisco de Assis
Nasceu em Assis, na Itália, em 1182, e recebeu no batismo o nome de João Pedro de Bernardone. Passou a ser chamado de Francisco por seu pai, rico comerciante que vendia tecidos trazidos da França, nação por ele muito admirada, passou a chama-lo Francesco.
Viveu a sua juventude em companhia de jovens alegres, festivos, ricos, aproveitando bem sua condição financeira. Defendeu sua cidade, Assis, na Batalha de Collestiada, travada contra a cidade de Perusa, e lá ficou aprisionado por vários meses. Libertado pelo pai, adoeceu e ficou recolhido por uns meses. Quando dava início à nova aventura militar, sentiu repentina crise de consciência que lhe questionava a validade das ações militares.
Francisco, como a maioria dos jovens na época, ganhava prestígio ao participar das batalhas. Ele deixou de frequentar festas, dedicou-se a caminhadas e meditações. Começou a sentir um profundo amor pelos pobres, prometendo a si mesmo nunca negar esmola a estes. Um dia, Francisco estava sem condições para ajudar um mendigo. Resolutamente, tirou seu manto novo, caro, e troco-o pelos farrapos do pobre. Dando um passeio a cavalo, aconteceu que um leproso lhe estendeu a mão, pedindo-lhe esmola. Francisco apelou, deu generosa oferta, mas, ao ver a mão do leproso, teve um arrepio de horror e nojo. Envergonhado por esta fraqueza, tomou a mão do doente e a beijou. Aos poucos foi se formando em Francisco o desejo de desfazer-se dos seus bens materiais, procurando a solidão, a oração e a penitência.
Em visita à Igreja de São Damião, Francisco ouviu vozes, ordenando que ele reconstruísse a Igreja. Decidiu abandonar a loja do pai, e este, inconformado com a resolução do filho, levou-o ao bispo para cidade, exigindo que Francisco renunciasse a todos os bens. Francisco tirou as vestes, entregou suas roupas ao progenitor, dizendo: “Até hoje vos chamei de pai, mas, de agora em diante meu único pai é o Pai nosso que está no céu, porque só nele pus a minha esperança”. Vestiu um hábito grosso (veste religiosa), cingiu-se de áspero cordão e tomou a resolução de viver em pobreza, promovendo pregações, viagens missionárias, cuidando dos doentes.
Inicialmente olhado como louco, aos poucos engajou a simpatia e admiração de muitos. Outros jovens resolveram acompanha-lo, e assim deu-se a fundação da Ordem dos Franciscanos.
O total desapego às coisas materiais resultou no enfraquecimento do corpo, sempre doente. Dois anos antes de sua morte apareceram em seu corpo sinais da paixão e morte de Cristo: chagas nas mãos, nos pés e no peito. Morreu aos 44 anos.
A devoção a São Francisco de Assis se espalhou pelo mundo, mesmo antes de sua morte, impulsionada pelas missões evangelizadoras que comandou e pela presença dos frades franciscanos em muitos países. Esse processo começou pela Europa, consolidando a veneração a ele inicialmente na França, na Alemanha e na Inglaterra. Depois da canonização, um fator que contribuiu para o aumento dos devotos foi a construção da primeira igreja em sua homenagem, a Basílica de São Francisco, em Assis, cidade onde nasceu e foi enterrado.
No Brasil, a devoção chegou com os franciscanos, que foram representantes da Igreja Católica nos primeiros cinquenta anos após o descobrimento do Brasil.
Fonte: PIMENTEL, E. A. São Francisco de Assis. Petrópolis RJ: Vozes, 2014.