Reunida em grande número, a comunidade participou com fé e devoção de uma liturgia marcada pela espiritualidade beneditina e pelo convite ao amadurecimento cristão em meio às provações do cotidiano.
Durante a homilia, Dom Denilson recordou que a fé não elimina as dificuldades, mas dá força para atravessá-las com sentido e esperança. “As pessoas de fé não são poupadas da prova, da Cruz, mas são sustentadas por Deus dentro da própria prova e da Cruz.”
O Bispo refletiu sobre os desafios enfrentados pelas famílias e pela sociedade, destacando que a Escritura ensina a ver além do imediato e a manter os olhos fixos na eternidade, sem fugir da realidade presente. “Atravessar a noite com uma esperança maior do que a morte, esta é a confiança que São Bento ofereceu aos seus monges e a todo o povo de Deus. Viver o hoje como um lugar de eternidade, sem fugir da prova, com os pés no chão e o coração voltado para Deus.”
Comentando o Evangelho de São Lucas (Lc 17), proclamado na liturgia, Dom Denilson lembrou que Jesus corrige a lógica da autopromoção religiosa. Tudo é graça, e todo serviço cristão é participação na própria ação de Deus. “São Bento traduziu isso numa pedagogia de vida humilde como caminho de verdade.”
O Bispo destacou que a glória de Deus não se revela apenas nos grandes gestos ou nas celebrações solenes, mas sobretudo no cotidiano. “Em tudo Deus seja glorificado, não só na liturgia solene, como celebramos agora, mas no dia a dia. O cotidiano vira o nosso altar, o mundo é o nosso mosteiro, esse é o antídoto do cristão.”
Inspirado na Regra de São Bento, Dom Denilson sublinhou que a espiritualidade beneditina convida a reconhecer a presença de Deus mesmo quando ninguém vê. É no silêncio, no trabalho e na fidelidade diária que se forma o coração obediente e humilde do discípulo.
A partir da Liturgia da Palavra, o Bispo apresentou três aspectos fundamentais para o caminho cristão: Esperar em Deus com os pés no chão; Servir sem holofotes; e Regrar o cotidiano para que tudo se torne oração. E concluiu retomando o lema beneditino que sintetiza essa espiritualidade: “Ora et Labora” — Rezar e trabalhar, unindo fé, serviço e vida cotidiana.
