Dom Paulo celebra missa para secretárias paroquiais

No último sábado (23/09), dia em que a Santa Igreja celebra a festa de São Pio de Pietrelcina, o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa recebeu cerca de 100 profissionais que atuam nas paróquias da Arquidiocese de Brasília, para uma linda celebração Eucarística em Ação de Graças pelo trabalho de acolhida realizado nas secretarias paroquiais.

Com viagem marcada para Roma, o Cardeal decidiu adiantar as comemorações pelo Dia Nacional e Internacional da Secretária, celebrado anualmente em 30 de setembro, para agradecer pessoalmente o empenho, a dedicação e o carinho de cada profissional que doa a vida nas paróquias. Durante a homilia, Dom Paulo frisou a importância do acolhimento nas secretarias paroquiais, locais que devem ser a porta de entrada de boas-vindas para cada pessoa que busca por atendimento na igreja.

“Eu quis antecipar essa celebração do Dia da Secretária para termos esse encontro e darmos graças a Deus pelo dom da vocação de cada secretário e secretária que atua nas paróquias. A doação de vocês ao trabalho faz a diferença na vida das nossas paróquias e das nossas comunidades, pois mostra uma face da igreja que quer acolher. Nesse dia em que nós celebramos São Padre Pio de Pietrelcina, que foi um grande seguidor de Jesus Cristo que soube identificar a própria vida na vida de Cristo, peço que olhemos para o exemplo dele e renovemos o nosso desejo de seguirmos Jesus Cristo com beleza e fidelidade. Saúdo a cada um de vocês, secretários e secretárias, responsáveis por acolher os membros das nossas comunidades, como uma igreja evangelizadora. Papa Francisco destaca a importância dessa igreja evangelizadora que acolhe todos os que necessitam. A igreja não é uma alfândega, com burocracias. A secretaria paroquial não pode ser uma burocracia, porque isso é um desserviço à igreja. Desejo que as secretarias das paróquias da nossa amada Arquidiocese sejam verdadeiros jardins da misericórdia de Deus, lugar em que as pessoas possam experimentar o amor de Deus e compreender que Deus é infinita misericórdia”, frisou Dom Paulo Cezar Costa durante a homilia.  

O destaque que Dom Paulo deu ao acolhimento nas secretarias paroquiais como um canal de evangelização chamou a atenção de Felipe Gomes, secretário há 3 anos na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, localizada no Lago Sul. 

“A fala do Dom Paulo sobre as secretarias serem portas de misericórdia me deixou reflexivo, pois constantemente a gente recebe pessoas que não têm conhecimento sobre a Santa Igreja. A forma como acolhemos as pessoas faz total diferença, pois algo começa a brotar no coração da pessoa. Outro dia, estava vendo o Frei Gilson no rosário e ele dizia que precisamos olhar para o nosso trabalho como uma missão e como um propósito. Às vezes, as pessoas estão perdidas e nós somos essa ferramenta que Deus utiliza para servir de canal da graça na vida delas”, comentou Felipe Gomes.

A dedicação ao trabalho nas secretarias paroquiais aguça o olhar dos profissionais que atuam com uma variedade de desafios no dia a dia. Inúmeras pessoas buscam na igreja um auxílio para encontrar soluções de problemas psicológicos e espirituais. Há 16 anos atuando na Paróquia Santo Antônio, na Ceilândia Sul, Maria Luíza relata uma forte experiência que marcou a sua carreira. 

“Ser secretária é uma missão que nos é confiada por Deus. Eu tenho experimentado isso verdadeiramente na minha vida. Certa vez, Deus foi muito bom comigo. Eu vi pela câmera uma pessoa que chorava desesperadamente no Santíssimo. Tranquei a secretaria e fui ao encontro dela para rezar. Nós rezamos e conversamos, falei sobre as minhas experiências, do amor de Deus e do quanto ela é amada por Ele. No final da nossa conversa, ela me abraçou e, chorando, abriu as mãos e me mostrou que estava cheia de chumbinho. Ela foi abandonada, não tinha emprego e estava passando por muitas dificuldades, pois morava de aluguel e já não tinha nem como comprar comida. Ela me dizia que não tinha nada para dar às filhas pequenas e que já estavam passando fome há dias. Por isso, ela estava ali para se despedir do Senhor e que iria para casa dar o chumbinho para as filhas e que tomaria também, para findar todo aquele sofrimento. Naquele momento começou uma grande amizade entre nós. Após a nossa conversa, ela disse que não faria o planejado e que encontraria outros meios para seguir a vida e criar as filhas, apesar das dificuldades. Então, eu me sinto agradecida e escolhida por Deus para estar ali na secretaria paroquial. Sempre peço para que Ele faça de mim um canal da graça todos os dias.”, contou Maria Luíza Vasconcelos.