A partir das palavras do Santo Padre, o sacerdote destacou como o Papa Leão XIV tem proposto, ao longo do Jubileu da Esperança, uma visão profundamente cristã e ativa dessa virtude, entendida não como um simples sentimento, mas como uma força transformadora que brota da fé e se traduz em gestos concretos de amor e justiça.
Para o Papa Leão XIV, a esperança é uma virtude viva, que deve se manifestar em ações concretas de caridade, justiça e compromisso com os mais pobres. Na Exortação Apostólica Dilexi te, publicada em outubro de 2025, o Pontífice estabeleceu uma relação direta entre o amor a Deus e o cuidado com os mais frágeis.
“Quer através do vosso trabalho, quer através do vosso empenho em mudar as estruturas injustas, quer através daquele gesto simples e próximo, será possível que aquele pobre sinta serem para ele as palavras de Jesus: ‘Eu te amei’.”
Segundo o Papa, a esperança não é um desejo vago, mas uma confiança radical e ativa no Senhor Ressuscitado, que chama cada cristão a ser “semente de esperança” em meio às realidades de dor e incerteza do mundo contemporâneo.
“Espero que no mundo contemporâneo, marcado por fortes tensões e conflitos sangrentos, a segurança ilusória baseada na ameaça de destruição mútua possa dar lugar aos instrumentos da justiça, à prática do diálogo e à confiança na fraternidade.”
O Papa reforçou que o grito de Jesus na cruz é prova de esperança, não de desespero, e que é nos momentos de maior escuridão que a fé revela sua luz mais intensa. “Não basta conhecer ou compartilhar a Palavra; é preciso amá-la. Assim, o testemunho se torna semente de esperança, capaz de germinar nos corações e dar frutos.” (Homilia na Missa do Jubileu dos Catequistas, 28 de setembro de 2025)
Inspirado por São Francisco de Assis, o Pontífice lembrou que a vida cristã é um contínuo recomeço. “Precisamos ter a força de recomeçar, sem nunca desanimar. A ressurreição de Cristo garante que nenhuma falha é definitiva e que sempre é possível recomeçar.”
Em sua Exortação Dilexi te, o Pontífice afirmou que a Ressurreição não apaga o passado, mas o transfigura em misericórdia e esperança. “As feridas de Cristo não são sinal de derrota, mas prova de amor. Nenhuma queda é definitiva, nenhuma noite é eterna, nenhuma ferida está destinada a permanecer aberta para sempre.”
Essas palavras, observou Pe. Gerson, expressam de modo admirável a espiritualidade do Papa Leão XIV: uma esperança realista, mas profundamente confiante, que transforma o sofrimento em fonte de renovação.
Com foto e informações do Vatican News.