A celebração foi presidida pelo Cardeal Paulo Cezar Costa, concelebrada por Dom Fernando Guimarães, presidente do Tribunal Eclesiástico de Brasília, Dom Denilson Geraldo, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, Padre André Marinho, Gestor da Cúria Metropolitana de Brasília, Padre Luiz Octávio, Chefe de Gabinete, e pelo Padre Roger Araújo, coordenador do Setor de Comunicação da Arquidiocese, e assistida pelo Diácono Joaquim Cazé, na Capela do Recanto dos Claretianos.
A Santa Missa, marcada por simplicidade e profunda espiritualidade, tornou-se ocasião para agradecer não apenas a trajetória vocacional do Arcebispo, mas também o serviço diário daqueles que colaboram na condução pastoral, administrativa e missionária da Arquidiocese.
Em sua homilia, o Cardeal Paulo Cezar expressou sincero reconhecimento pelo trabalho dos colaboradores da cúria, sublinhando que a missão evangelizadora acontece graças ao empenho de todos. “É uma grande alegria estarmos aqui celebrando juntos. Se a vida da Arquidiocese vai pra frente, se podemos exercer com beleza a nossa missão, é porque vocês desgastam a vida conosco, nos auxiliando, e fazem isso com alegria. Obrigado, de coração, pela doação alegre, bonita e generosa nos diversos setores da cúria.”
O Cardeal destacou que a vida cristã e o trabalho eclesial não podem se transformar em peso, mas devem ser vividos com sentido, liberdade e entrega. “A vida não pode ser um peso. Deus nos criou para sermos felizes. Somos criados para nos realizarmos na doação. Quando a nossa vida se torna uma doação alegre, ela faz a diferença na forma como fazemos, na eficiência do nosso trabalho e nas relações que estabelecemos. O ambiente da Cúria deve ser um ambiente leve, alegre e eficiente. As nossas relações devem se pautar pelo Evangelho, pela humanidade e pelo amor. Amar não é inimigo da eficiência; ao contrário, é amigo da eficiência”, destacou.
A homilia também trouxe uma profunda reflexão sobre a liderança de Jesus, desafiando a ideia de um Cristo distante ou fraco.“Às vezes, criamos um ‘Jesus decadente’. Ensinei Cristologia por muitos anos e nunca encontrei isso no Evangelho. Nas situações mais complicadas, Jesus sempre tem uma saída. Ele é um grande líder, capaz de improvisar, organizar, dividir tarefas, multiplicar possibilidades.”
O Cardeal destacou que a eficiência e a fé caminham juntas. “Alguns acham que a fé é inimiga de projetos e metas. Olhem Jesus: muito além do seu tempo em organização e visão. A fé não se opõe à boa gestão; ao contrário, inspira uma liderança firme e humana.”
Refletindo o Evangelho do dia, que narra a cura de dois cegos, Dom Paulo aprofundou o simbolismo espiritual da casa de Jesus. “A casa de Jesus é a Igreja. É a casa onde Jesus continua hoje a curar as pessoas, a tocar suas dores, suas cegueiras.”
o Arcebispo convidou todos a um exame pessoal. “Qual é a minha cegueira? O que me impede de ver o projeto de Deus, de ver o outro, de enxergar a presença de Jesus na história, na Palavra, na Eucaristia, no irmão? Todos temos cegueiras que o Senhor quer curar.” O Cardeal lembrou que a missão nasce de quem se deixa tocar por Cristo. “Quem experimenta o amor de Cristo fala do amor de Cristo. A missão nunca nasce de um coração frio ou indiferente.”
Concluindo sua reflexão, o Cardeal Paulo Cezar reforçou que o que movia Jesus – e deve mover todo discípulo é o amor. “Jesus não é indiferente diante da dor ou do sofrimento. Ele sempre tem um gesto de misericórdia. Que o amor também faça sempre a diferença na nossa vida, como fez na vida daqueles dois cegos, curando-os.”