Novos ministros da catequese de países lusófonos são instituídos pelo Papa no Jubileu dos Catequistas

Dez representantes de países de língua portuguesa — Brasil, Portugal, Moçambique e Timor-Leste — estiveram entre os 39 leigos de 19 nações instituídos no ministério de catequista durante a Missa do Jubileu dos Catequistas, celebrada por Leão XIV na Praça São Pedro, no domingo (28/09), diante de cerca de 50 mil fiéis.

Na homilia, o Papa recordou que “os nossos pais, à mesa de casa, são os primeiros catequistas” e agradeceu o testemunho daqueles que “plantam no coração a Palavra da vida para que dê frutos de vida boa”.

Antes da celebração, o Papa recebeu o grupo na Basílica de São Pedro, próximo à Pietà de Michelangelo. O paraense Victor Paiva (diocese de Castanhal) presenteou o Pontífice com o livro Iniciação à Vida Cristã na Amazônia: fundamentos para catecumenatos amazônicos, fruto de sua dissertação de mestrado, acompanhado de uma carta de um catequizando de Igarapé-Açu (PA).
“O ministério não se recebe por mérito, é dom gratuito de Deus”, disse Victor. “O Papa nos pediu que sejamos testemunhas da Palavra. Anunciadores, sim, mas antes de tudo testemunhas. Volto à minha diocese para servir ainda melhor a missão para a qual fui instituído.”

Flavia Carla Nascimento (diocese de Ponta Grossa/PR) expressou gratidão “a Deus e a todos os catequistas do Brasil” e presenteou o Papa duas vezes com peças artesanais em feltro feitas pela catequista Ângela Cristina Ribeiro: uma imagem de Nossa Senhora Aparecida (na audiência jubilar de sábado, 27/09) e um “miniPapa” (no domingo, 28/09).

O ministério de catequista — erigido por Francisco, em 10 de maio de 2021, pelo Motu Proprio Antiquum Ministerium — foi acolhido com alegria por Rita Alexandra Ortigueira Gonçalves dos Santos (Paróquia do Algueirão, Patriarcado de Lisboa) e Elisabete Maria Silva Nunes (diocese de Aveiro).
“Peço orações por esta missão tão bonita”, disse Rita. Elisabete resumiu o sentimento: “É uma responsabilidade imensa… Ver e ser cristão é magnífico. É ótimo termos Jesus ao nosso lado”.

De Timor-Leste, foram instituídos Marçal Evaristo Soares e Adérito Ruben da Costa Freitas (arquidiocese de Díli). De Moçambique, quatro catequistas da diocese de Pemba — região de Cabo Delgado, marcada pela violência — receberam o ministério: Adérito Benjamin Monteiro (Paróquia N. Sra. da Consolata), Cristovão Artur Micunda (Paróquia Maria Auxiliadora), Paulo Agostinho Matica (Paróquia São Bento de Palma) e Francisco Jamal Tarige (Paróquia Santa Isabel de Chiúre).

“Em situações tão difíceis, precisamos de muita fé e oração”, testemunhou Adérito Benjamin, que recordou as palavras de Maria no Magnificat e pediu a graça de perseverar “até a morte” no serviço.

Cristovão descreveu o dia a dia dos catequistas locais: “Com todo sacrifício, fazemos a catequese, conduzimos celebrações da Palavra e até ritos de exéquias”. Francisco pediu: “Rezemos pela paz em nossa província. Aos catequistas em zonas de risco, confiança em Jesus Cristo, nossa esperança”. O grupo agradeceu o apoio do Bispo de Pemba, Dom António Juliasse Sandramo, “que se empenhou para a participação no Vaticano”.

A presença dos dez representantes lusófonos sublinhou a vitalidade missionária da Igreja nos países de língua portuguesa e a centralidade do ministério de catequista como serviço estável de anúncio, iniciação cristã e testemunho nas comunidades, especialmente onde há poucos presbíteros e grandes desafios pastorais.

Com foto e informações do Vatican News.