Papa Leão destaca que Deus não julga pelas aparências, mas pelas obras e intenções do coração

Durante a oração do Angelus deste domingo (07/12), no II Domingo do Advento, o Papa Leão XIV recordou aos fiéis que “nada é impossível para Deus” e convidou todos a prepararem o coração para acolher o Reino que se aproxima.

Diante de milhares de peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice destacou que Jesus Cristo, “o menino de Nazaré”, continua a iluminar a história humana como “o Sol nascente” que inaugura um novo tempo de esperança.

Antes da recitação da oração mariana, o Santo Padre refletiu sobre o Evangelho do dia (Mt 3, 1-12), que apresenta a figura de João Batista e o seu apelo à conversão no deserto da Judeia. Segundo o Papa, ao repetir diariamente no Pai-Nosso “venha a nós o vosso Reino”, os cristãos são chamados a orientar a vida para o Novo que Deus prepara, reconhecendo que a história não está nas mãos dos poderosos, mas nas mãos d’Aquele que reina para libertar, não para dominar. “É verdadeiramente um Evangelho, uma boa notícia que nos motiva e nos envolve”, afirmou.

Comentando o tom firme de João Batista, o Papa ressaltou que o povo reconhecia naquele anúncio a voz de Deus, que chama a viver com responsabilidade e a preparar-se para o encontro com Aquele que “não julga pelas aparências, mas pelas obras e intenções do coração”. O Santo Padre sublinhou que até o próprio Batista se surpreendeu ao ver que o Reino se manifestaria em Jesus com mansidão e misericórdia.

Inspirando-se no profeta Isaías, o Papa recordou a imagem do “rebento” que brota de um tronco aparentemente morto (Is 11, 1-10) — símbolo da novidade radical que a ação do Espírito Santo produz. Cada pessoa, observou, pode reconhecer momentos de surpresa semelhantes em sua própria vida.

O Pontífice recordou ainda que, há exatos sessenta anos, concluía-se o Concílio Vaticano II, experiência que continua a iluminar a caminhada da Igreja rumo ao Reino. “Quando caminhamos juntos”, disse, “não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas o impossível se torna possível”. Citou então as imagens proféticas da convivência entre o lobo e o cordeiro, o leopardo e o cabrito, conduzidos por um menino.

Ao final, o Papa Leão XIV voltou a convidar os fiéis a deixarem-se guiar pela esperança. “Nada é impossível para Deus. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz”, exortou. O Papa também relacionou as luzes que enfeitam as ruas durante este período ao chamado pessoal de cada cristão: ser uma pequena luz no mundo ao acolher Jesus, rebento de uma criação renovada.

Concluiu a reflexão convidando à escola de Maria, “mulher da espera confiante e da esperança”, modelo para viver a espiritualidade concreta e luminosa do Advento.

Confira a fala do Papa na íntegra: