O encontro, que acontece até esta sexta-feira (07/11), reúne especialistas e instituições católicas comprometidas em desenvolver tecnologias a serviço da missão da Igreja.
Na mensagem, lida na quinta-feira (6), o Pontífice convidou os participantes a olhar além das inovações técnicas e dos interesses econômicos. “Mais do que nos laboratórios ou nas carteiras de investimento, o verdadeiro sentido da trajetória da IA se joga no interior do ser humano: o que ela está fazendo em nós, como nos molda, quem estamos nos tornando”, afirmou.
O Papa recordou que toda invenção humana nasce da capacidade criativa que Deus colocou no coração do homem. Por isso, a inovação tecnológica pode ser vista como uma forma de participação no próprio ato da Criação. No entanto, ressaltou, “cada escolha de projeto expressa uma visão da humanidade”, o que confere à IA um profundo peso ético e espiritual.
Em sintonia com a Nota Antiqua et Nova, publicada em janeiro deste ano pelos Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura e a Educação, Leão XIV reafirmou que o desenvolvimento tecnológico deve ser guiado pelo discernimento moral, pela justiça, pela solidariedade e pelo respeito à vida humana.
“Esse compromisso não pode ficar restrito aos laboratórios de pesquisa ou às carteiras de investimento”, destacou o Papa. “Deve ser uma empreitada profundamente eclesial, inspirada pela fé e orientada para o bem comum.”
O Santo Padre sublinhou que os profissionais e pesquisadores envolvidos no campo da IA são chamados a cultivar um discernimento moral constante, reconhecendo a dimensão humana e espiritual presente em cada inovação. A missão da Igreja, disse ele, é ajudar a garantir que o progresso tecnológico seja acompanhado por um progresso ético, capaz de promover o desenvolvimento integral da pessoa.
Entre as aplicações possíveis da IA, o Papa citou a criação de algoritmos voltados à educação católica, ferramentas para uma “saúde compassiva” e plataformas criativas que contém a história cristã com verdade e beleza. “O desafio é colocar a tecnologia a serviço da evangelização e do desenvolvimento integral de cada pessoa”, afirmou.
Retomando o ensinamento da Antiqua et Nova, Leão XIV recordou que o diálogo entre fé e razão deve ser continuamente revisitado à luz das novas tecnologias. A inteligência — seja ela humana ou artificial — encontra sua plenitude “no amor, na liberdade e na relação com Deus”.
Encerrando a mensagem, o Papa expressou seu desejo de que a colaboração entre pesquisadores, teólogos e agentes pastorais “dê frutos em uma Inteligência Artificial que reflita o desígnio do Criador: inteligente, relacional e guiada pelo amor”.
Com foto e informações do Vatican News.