A concentração começou na Catedral Metropolitana de Brasília. Membros de pastorais, movimentos, instituições religiosas, ongs, leigos consagrados, políticos que fazem parte da bancada pró-vida e muitas famílias participaram da Caminhada pela Vida, organizada pelo Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília. Unidos em oração, todos caminharam pelo quadrilátero da Esplanada dos Ministérios e retornaram para a Catedral.
“É uma data muito especial para nós, pois precisamos ajudar a sociedade a lembrar desse princípio natural de conservação da vida e de respeito ao ser humano, que tem os seus direitos desde o momento de sua concepção por já ser uma pessoa. Então, neste momento delicado em que estamos vivendo, vemos que se coloca em risco a vida humana nascente diante dessas tentativas de legalização do aborto. Embora haja altos e baixos, em que parece que o projeto de lei da ADPF 442 esteja retrocedendo, nós precisamos manter uma firmeza para conseguirmos com estabilidade ter no nosso Brasil o Estatuto do Nascituro, para que ele proteja sempre essas crianças. Nesta manifestação massiva com a força do povo, que manifesta a sua convicção de que não é um mero aglomerado de células, mas uma pessoa, nós reconhecemos a dignidade dessa pessoa que precisa ser protegida”, destacou padre João Baptista Mezzalira, Assessor Eclesiástico do Setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília.
O evento é um repúdio à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana gestacional e que deverá voltar à pauta do Supremo Tribunal Federal (STF).
“É muito importante nos mobilizarmos em relação à defesa da vida, pois infelizmente há movimentos que estão acontecendo no nosso país, como a ADPF 442, que está no Supremo Tribunal Federal. Então, precisamos nos mobilizar para não perdermos essa luta em defesa da vida”, comentou o Deputado Distrital João Cardoso, Presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Há mais de 21 anos, a Santos Inocentes desenvolve um trabalho de acolhimento às mulheres que estão passando por alguma dificuldade durante a gestação e que, por diversas situações, pensaram na possibilidade do aborto. A instituição, além de acolher, ouvir e ajudar as mães, também oferece todo o suporte aos bebês e crianças que foram vítimas de abandono familiar ou que se encontram em alguma situação de vulnerabilidade social. O trabalho é realizado em Samambaia, abrangendo Brasília e as cidades do entorno.
“Hoje, a Santos Inocentes tem uma rede de proteção que faz um dos trabalhos mais completos na defesa da vida na questão do aborto, na questão da violência contra a mulher, contra as crianças e abrangendo toda a primeira infância. Nós temos o primeiro centro de referência em defesa da vida do país, casa de acolhimento e creche para receber as crianças provenientes de tentativas de aborto e de vulnerabilidade social. É um trabalho concreto e reconhecido nacionalmente. Estamos juntos com a Arquidiocese em defesa da vida, pois a Arquidiocese respalda muito o trabalho que realizamos”, explicou Ari França, missionário gestor da Associação Santos Inocentes
Neste domingo, cerca de cem cidades, de todas as regiões do Brasil, realizaram Caminhadas ou Atos Públicos em defesa da vida, não somente para celebrar o Dia Nacional do Nascituro, mas principalmente como uma resposta direta à votação em curso no STF, que visa descriminalizar o aborto no Brasil.
“Nós sabemos que a população brasileira é majoritariamente contra o aborto, mas quem defende a legalização do aborto, no geral, é mais barulhento. Então, nós precisamos aprender a manifestar também o nosso posicionamento de várias formas e principalmente com essas manifestações públicas, exatamente para que a população possa mostrar que é contra o aborto e a favor da vida”, frisou Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil sem Aborto.
Fabíola Medeiros Veiga, membro da Paróquia Cristo Rei, mãe de seis filhos, explica a importância de ser aberta à vida e de estar com os filhos em caminhadas pela vida, dizendo em alto e bom som que a população brasileira quer uma nação de cultura de vida e não de morte.
“Eu digo sim à vida, porque as crianças nos edificam enquanto pais e seres humanos, mas também são os alicerces da sociedade como um todo. As crianças são o futuro do mundo. Elas precisam ter esse entendimento de valorização da vida, para que possam honrar a vontade de Deus em suas vidas e na construção futura de suas famílias, em uma sociedade mais justa e harmoniosa”, salientou.
A luta em defesa da vida continua e conta com o apoio dos fiéis para que permaneçam em oração intercedendo pela não legalização do aborto no Brasil.
“É bonito vermos tantas famílias e vários segmentos pastorais reunidos aqui na nossa Catedral para mais uma vez dizer sim à vida. Vivemos momentos muito turbulentos no cenário político e jurídico do nosso país, onde a pauta do aborto está encenando não só no Supremo, como no Congresso. É hora de nos unirmos em atos de cidadania em favor da vida e permanecermos em oração”, finalizou o Deputado Federal professor Paulo Fernando, membro do Movimento Pró-Vida há mais de 30 anos.