Brasília sediou, de 2 a 6 de outubro, o 14º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra, com participação de cerca de 200 participantes dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro, que tem como tema: “60 anos da Sacrosanctum Concilium à luz da Desiderio Desideravi”, é promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por meio de seu Setor Espaço Litúrgico, em parceria com a Associação dos Liturgistas do Brasil (ASLI), na Casa de Encontros Dom Luciano Mendes de Almeida.
A assessora do Setor Espaço Litúrgico da CNBB, Raquel Tonini R. Schneider, recordou que os encontros nacionais de arquitetura e arte sacra têm uma história.
“O primeiro aconteceu em 1996 dentro da programação do 13º Congresso Eucarístico Nacional, em Vitória. Daí em diante começa a ser realizado sempre a cada dois anos em cidades diferentes do Brasil”, disse.
Ela comemora a 14ª edição, que está celebrando o momento histórico da celebração dos 60 anos do Concílio à luz da Desiderio Desideravi e reforça que o encontro busca trabalhar junto aos regionais, comissões e também junto a todos os profissionais, arquitetos, artistas, restauradores, engenheiros, artesãos e outras áreas que se dedicam a pensar o espaço litúrgico com o intuito de que seja apropriado para celebrações sacras.
Dignidade dos espaços de celebração
O encontro busca ainda promover um debate acadêmico e interdisciplinar sobre a dignidade dos espaços de celebração, bem como a importância da preservação do patrimônio artístico e cultural da Igreja. Os encontros favorecem assim, o intercâmbio de experiências e a formação.
Raquel Tonini informou que de segunda-feira, 2, até esta quinta-feira, foram apresentadas seis conferências. No primeiro dia, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoespers, fez a conferência inaugural. O presidente da Associação dos Liturgistas do Brasil, dom Jerônimo Pereira (OSB), contextualizou historicamente a Sacrosanctum Concilium, uma das quatro constituições apostólicas emanadas do Concílio Vaticano II.
Ela destaca também que um dos pontos a serem refletidos será o inédito e histórico Acordo de Cooperação Técnica (ACT) celebrado entre a CNBB e o e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em junho de 2021, que estabelece uma parceria para realizar ações conjuntas de preservação e valorização do Patrimônio Cultural sob gestão da Igreja Católica no Brasil.
Chegar ao coração das pessoas
O padre Athos Lopes, de Montes Claros (MG), regional Leste 2 da CNBB, enaltece o fato de que a Igreja no Brasil tem consciência de que possui um rico e grande patrimônio artístico e cultural construído em séculos no Brasil.
Segundo ele, a Igreja já percebe que precisa preservar para constar a história do povo brasileiro ao longo dos anos por meio deste patrimônio não apenas religioso mas que engloba também história e a cultura.
“A arquitetura e a arte são caminhos evangelizadores, como o rito e outros aspectos da liturgia. A arte faz que a pessoa ao contemplá-la possa ser conduzida ao criador. Na arte a gente vê por imagens e formas aquilo que a palavra expressa. Podemos evangelizar por meio da arte que chega ao coração das pessoas”, disse.
A coordenadora de bens culturais, de Vitória, regional Leste 3 da CNBB, Kátia Pezzin, participa já há um tempo dos encontros de arquitetura e arte sacra e os considera muito importantes. “Eu já participei várias vezes. É sempre motivo de muita alegria, de revigorar e aprender novamente para levar para nossa vida diária, profissional e de comunidade o que aprendemos”, reforçou.
Fotos e informações: Portal da CNBB