Com base em dados alarmantes dos órgãos públicos em relação ao número elevado de casos de violência contra as mulheres no Distrito Federal, que culminam no alto índice de feminicídio, a Arquidiocese de Brasília formulou o projeto “Não temas, Maria!”, inspirado no versículo do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1, 30.
“Esse projeto quer ir ao encontro da realidade do feminicídio, da violência contra a mulher. Nós queremos que a igreja, a partir da sua antropologia, da sua visão de fé e da concepção que tem sobre o ser humano, da mulher e do homem, que ela esteja engajada nessa luta contra a violência. A ideia desse projeto surgiu na festa de Corpus Christi do ano passado e foi sendo gestada, aprofundada e tomando clareza. Com alegria, hoje estamos lançando esse projeto que é o engajamento da Igreja Católica na luta contra a violência e que busca a dignificação da mulher. Participe conosco desse projeto! Nós esperamos que essa realidade da luta contra o feminicídio chegue às nossas paróquias, para que as nossas comunidades possam ser locais de proteção e acolhimento a todas as mulheres que precisam de ajuda. Desejo que todos se engajem nesse projeto”, destaca o Cardeal Arcebispo da Arquidiocese de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.
O lançamento do projeto destaca algumas iniciativas, com posicionamento pastoral, que serão trabalhadas nas paróquias da Arquidiocese de Brasília visando a formação de seus agentes – Clero e leigos – assim como no apoio e na proposição de parcerias com outras instituições públicas e privadas para o combate ao feminicídio.
“A proposta do projeto é estimular ações concretas nas pastorais, movimentos e associações de leigos, notadamente, aquelas cujo carisma pastoral se identifica com a Vida e a Família, a pautarem em suas agendas de atuação a temática da agressão à mulher e o feminicídio. O objetivo é promover a capacitação de agentes que tenham conhecimento adequado para atuarem frente ao flagelo da violência contra as mulheres e ao feminicídio, em especial, na identificação de possíveis ameaças ou tentativas, para que possam oferecer acolhimento e orientações de encaminhamentos dessas mulheres às instâncias responsáveis”, explica a psicóloga Fernanda Alcântara, uma das coordenadoras do Projeto Arquidiocesano e Secretária do Setor Pastoral.