A UNIÃO COM CRISTO, CAMINHO DE SANTIDADE

V Domingo da Páscoa

A Palavra de Deus deste quinto domingo da Páscoa coloca diante de nós, com a imagem da videira, a necessidade de estarmos unidos a Cristo. Quem está unido a Ele produz frutos. Papa Francisco nos explica este Evangelho: «A Palavra de Deus, também neste quinto domingo de Páscoa, continua a indicar-nos o caminho e as condições para sermos comunidade do Senhor Ressuscitado. Domingo passado, foi realçada a relação entre o crente e Jesus Bom Pastor. Hoje, o Evangelho propõe-nos o momento no qual Jesus Se apresenta como a verdadeira videira e convida-nos a permanecer unidos a Ele a fim de dar muito fruto (Jo 15, 1-8). A videira é uma planta que forma um todo com os ramos; e os ramos são fecundos unicamente se estiverem unidos à videira. Esta relação é o segredo da vida cristã e o evangelista João expressa-a com o verbo “permanecer”, que no trecho de hoje é repetido sete vezes. “Permanecei em mim”, diz o Senhor. Permanecer no Senhor.

Trata-se de permanecer com o Senhor para encontrar a coragem de sair de nós mesmos, dos nossos confortos, dos nossos espaços limitados e protegidos para adentrarmos no mar aberto das necessidades dos outros e dar amplo respiro ao nosso testemunho cristão no mundo. Esta coragem de sair de nós mesmos e adentrarmos nas necessidades dos demais brota da fé no Senhor Ressuscitado e da certeza que o Seu Espírito acompanha a nossa história. Com efeito, um dos frutos mais maduros que surge da comunhão com Cristo é o compromisso de caridade para com o próximo, amando os irmãos com abnegação de si, até as últimas consequências, como Jesus nos amou. O dinamismo da caridade do crente não é fruto de estratégias, não nasce de solicitações externas, de instâncias sociais nem ideológicas, mas do encontro com Jesus e do permanecer em Jesus. Ele é para nós a videira da qual absorvemos a linfa, ou seja, a “vida” para levar à sociedade uma maneira diversa de viver e de se comprometer, que ponha no primeiro lugar os últimos.

Se formos íntimos do Senhor, como a videira e os ramos são íntimos e unidos, seremos capazes de dar frutos de vida nova, de misericórdia, de justiça e de paz, derivantes da Ressurreição do Senhor. Foi o que fizeram os santos, aqueles que viveram em plenitude a vida cristã e o testemunho da caridade, porque foram verdadeiros ramos da videira do Senhor. Mas para sermos santos “não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. […] Todos”, todos nós, “somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra” (Exortação apostólica Gaudete et exsultate, 14). Todos nós somos chamados a ser santos; devemos ser santos com esta riqueza que recebemos do Senhor ressuscitado. Qualquer atividade — de trabalho e repouso, na vida familiar e social, no exercício das responsabilidades políticas, culturais e econômicas —, qualquer atividade, pequena ou grande, se for vivida em união com Jesus e com a atitude de amor e de serviço, é ocasião para viver em plenitude o Batismo e a santidade evangélica». (Papa Francisco, Regina Coeli, 29 de abril de 2018)