Jubileu da Pastoral da Esperança na Basílica Santuário São Francisco de Assis

A tarde do último sábado (29/11), foi marcada por espiritualidade, partilha e profunda vivência missionária durante o Jubileu da Pastoral da Esperança, realizado na Basílica Inferior do Santuário São Francisco de Assis.

A atividade jubilar começou às 13h, reunindo agentes que atuam no acompanhamento das famílias enlutadas e no anúncio da esperança cristã diante da morte. O Assessor Aclesiástico da Pastoral da Esperança, Padre Raimundo Nonato Coelho Filho, e o Diácono Antônio Alves dos Santos, que atua na coordenação pastoral, acompanharam todo o encontro, que contou com a acolhida fraterna do Frei Flávio, Pároco do Santuário.

Ao longo da tarde, os participantes tiveram um momento de formação, seguido de partilhas sobre as experiências vividas no serviço pastoral, muitas delas marcadas pela dor dos que sofrem com a perda de uma pessoa querida, mas também por sinais concretos da consolação de Deus. Em seguida, rezaram juntos o Santo Terço, conheceram a Basílica, compartilharam um lanche fraterno e se prepararam espiritualmente para a Santa Missa.

Às 18h, a comunidade se reuniu para a Celebração Eucarística que foi presidida por Dom Denilson Geraldo, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, que conduziu uma homilia profundamente marcada pelo espírito do Advento e pelo sentido do Jubileu da Esperança. A Santa Missa foi concelebrada pelo Padre Raimundo Nonato e pelo Frei Flávio, e assistida pelo Diácono Antônio.

Dom Denilson destacou que o Jubileu integra os diversos jubileus celebrados pela Arquidiocese e coincide com o 1º Domingo do Advento, tempo que inaugura um novo ano litúrgico e convida à vigilância e à conversão. O Bispo recordou que a celebração também abriu oficialmente a Novena da Imaculada Conceição no Santuário.

Inspirado pelas leituras do domingo, o Bispo estruturou a homilia em três movimentos espirituais: subir ao monte do Senhor, despertar do sono e vigiar na esperança. “O Advento é justamente isso, irmãos e irmãs: subir. Não é ficar parado, nem rodar em círculos. É deixar-se atrair por Deus, que nos espera no alto para iluminar o que vivemos aqui embaixo”, afirmou.

Ao refletir sobre o profeta Isaías, Dom Denilson destacou o horizonte de paz que nasce dessa subida espiritual. “O resultado de subir ao monte é a transformação: espadas se tornam arados, lanças se convertem em podadeiras. A lógica da guerra cede lugar à paz e ao trabalho.”

Em um momento de grande sensibilidade, Dom Denilson reconheceu a importância do serviço prestado pelos agentes da Pastoral da Esperança, que se fazem presença de Cristo em meio aos que vivem o luto. “Vocês entram nos vales mais escuros — cemitérios, velórios, casas marcadas pela dor e pela ausência. Ali onde o coração humano sente a tentação de dizer ‘não há mais nada a fazer’, vocês anunciam a ressurreição.”

O Bispo ressaltou que, por meio do serviço pastoral, a Igreja ajuda a transformar lágrimas em confiança, fazendo do momento da despedida um ato de fé, e não de desespero. Dom Denilson ainda recordou que muitos fiéis retornam aos sacramentos justamente em momentos de luto. “Quantas pessoas voltam à Igreja, retomam a confissão e recomeçam a rezar graças a um funeral bem celebrado, a um abraço recebido em meio às lágrimas. Vocês são chamados a viver acordados, guardando o coração longe da frieza e da rotina.”

Ao comentar a Segunda Leitura, Dom Denilson retomou o apelo de São Paulo. “A noite vai adiantada; o dia já vem. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.” O Bispo questionou os presentes sobre quais hábitos, ressentimentos ou comodismos espirituais precisam ser deixados para trás durante o Advento. “A esperança cristã não é fuga do mundo, mas força para enfrentar as realidades duras da vida sem ceder ao desânimo.”

A Santa Missa jubilar foi transmitida ao vivo e permanece disponível no canal do Santuário. Assista no vídeo abaixo: