Mais de 1.600 cristãos são reconhecidos pela Comissão dos Novos Mártires

Nesta segunda-feira (08/09), o Vaticano anunciou que mais de 1.600 novos mártires cristãos do século XXI foram reconhecidos pela Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé, instituída em 2023 pelo Papa Francisco.

Esses mártires representam cristãos de diferentes continentes e denominações: 643 da África, 357 da Ásia e Oceania, 277 do Oriente Médio e Magrebe, 304 das Américas, além de dezenas que foram mortos na Europa e em missão pelo mundo. Suas mortes ocorreram em contextos de perseguição religiosa, conflitos armados, terrorismo, opressão e violência social. Segundo Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio e vice-presidente da Comissão, “os cristãos continuam morrendo porque são testemunhas do Evangelho, autênticos servos da humanidade, livres comunicadores da fé”.

A cerimônia no próximo dia 14 de setembro será a única celebração ecumênica do Ano Jubilar da Esperança, reunindo 24 delegados de várias Igrejas cristãs. “No martírio, o ecumenismo do sangue se realiza. A Igreja já está unida nesses testemunhos”, afirmou Dom Fabio Fabene, secretário do Dicastério das Causas dos Santos e presidente da Comissão.

Durante a liturgia, serão proclamadas as Bem-Aventuranças, intercaladas com intenções e relatos de mártires, como a irmã Leonella Sgorbati, morta na Somália, e fiéis assassinados em Burkina Faso. O Papa Leão XIV espera que o sangue desses mártires seja semente de paz, reconciliação e fraternidade.

O trabalho da atual Comissão segue os passos da iniciativa criada por São João Paulo II para o Jubileu de 2000, que resultou na criação do memorial dos novos mártires na Igreja de São Bartolomeu, em Roma. Para Dom Fabene, esses cristãos “ancoraram sua esperança não no mundo, mas no coração de Deus”.

Com foto e informações do Vatican News.