Conhecer melhor as Narrativas Digitais foi o objetivo da tarde de formação promovida pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Brasília, no último sábado (15). Cerca de 100 integrantes de Pascoms de paróquias do Distrito Federal ouviram e interagiram com dois especialistas, que fizeram refletir sobre o papel do comunicador católico nas redes sociais.
Com a condução de Antônio Marcos e Paulo Augusto Cruz, que gerenciam a estratégia e produzem conteúdo para as redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os pasconeiros abordaram técnicas para aprimorar, fortalecer e buscar mais engajamento nas mídias digitais. Um dos principais objetivos da formação foi mostrar que as mídias digitais não são apenas um meio de comunicação, mas uma extensão da missão pastoral.

Paulo Augusto Cruz, que também é vocacionado da Comunidade Shalom, e Antônio Marcos ressaltaram a importância de transmitir a mensagem de forma envolvente e acessível para todos. Reforçaram que é preciso comunicar com Beleza e Verdade para despertar a Bondade, lembrando que a narrativa do Evangelho é o Amor de Deus e que nós comunicamos o Cristo.
Outro ponto alto do encontro foi o cuidado com a produção, que é um dos eixos da Pastoral da Comunicação. É importante que o conteúdo produzido nas paróquias seja autêntico, interessante e esteja alinhado com os valores e a doutrina da Igreja, conectando a comunidade e envolvendo a pessoa na comunicação, assinalou Paulo.
O encontro também foi um momento de compartilhamento de dicas de conteúdo. Foi sugerido que as redes sociais sejam movimentadas com posts diários. Propuseram um planejamento semanal que inclua, a cada dia, testemunhos de paroquianos, temas de evangelização, como, por exemplo, explicações sobre a quaresma, a Campanha da Fraternidade, o ano do Jubileu, sacramentos como Batismo, Casamento e Confissão, histórias de esperança, conteúdos do Papa Francisco, do arcebispo Dom Paulo, do tempo litúrgico, além da história do padroeiro, de forma que possam proporcionar Atração, Conversão, Discipulado e Missão.
Assim, os perfis se tornam evangelizadores e as publicações podem atingir pessoas em diferentes fases da vida espiritual e humana.
O conteúdo também deve proporcionar aos leitores informações sobre os serviços das paróquias. Sugeriram consultar a secretaria para identificar as perguntas mais frequentes que recebem e destacar, por exemplo, os horários das missas e confissões, bem como os requisitos para Batismo e Casamento.

Quanto ao trabalho essencial da Pascom, Paulo e Antônio Marcos reforçaram a importância de que os integrantes da pastoral reconheçam que estão a serviço de toda a paróquia, de todas as pastorais, e que cada ação merece a atenção da Pascom. “Só tem história para contar quem escuta a história de outras pessoas”, assinalaram. Acrescentaram que, assim, os perfis das paróquias vão além dos posts com eventos, avisos e fotos.
Comunicação positiva e propositiva
Além das dicas, os palestrantes reforçaram que as redes das paróquias precisam ter conteúdo de valor, que seja Formativo, Propositivo, Conectivo (que dê ideia de pertencimento), Informativo, Positivo, Identificativo e Transformador.
Nesse contexto, os formadores destacaram uma constante das redes sociais: a guerra de narrativas. Enfatizaram que os perfis católicos devem evitar entrar em polêmicas, mesmo aquelas que ocorrem dentro da Igreja, principalmente quando dizem respeito ao Papa e à CNBB.
A recomendação é procurar sempre a informação oficial sobre os temas. Indicaram os sites do Vaticano, o vatican.va/PT e vaticannews.va/PT, que estão em português, e os sites nacionais: arqbrasilia.com.br e CNBB.org.br.

Paulo Augusto esclareceu que a CNBB não faz parte da hierarquia da Igreja e que são os bispos os responsáveis por suas dioceses. Informou ainda que a CNBB é a maior conferência episcopal do mundo, com mais de 500 bispos integrantes.
Dicas de aplicativos
Por fim, os pasconeiros receberam dicas de aplicativos que podem auxiliar na produção do conteúdo, como o Canva e bancos de imagens gratuitos (fotografiareligiosa.com.br). No entanto, pediram cuidado com fotos do Papa, que podem ter restrição de uso e até gerar ações judiciais. Reforçaram a importância de solicitar termos de autorização para o uso de imagem em eventos, a fim de evitar problemas legais.
Além disso, recomendaram utilizar a inteligência artificial com cuidado e discernimento, para tornar as redes sociais mais atraentes, sem comprometer o conteúdo cristão.
Regina Céli Assumpção – Pascom Nossa Senhora Consolata (W5-913 Norte)