Professores ao encontrar o Papa: reativar o pacto entre educadores, famílias e jovens

Cerca de 15 mil fiéis se reuniram na manhã do dia 31 de outubro, na Praça São Pedro, para ouvir o discurso do Papa Leão XIV por ocasião do Jubileu do Mundo da Educação.

Professores, pais e estudantes participaram do encontro e acolheram as palavras do Pontífice sobre os quatro pilares da educação cristã: interioridade, unidade, amor e alegria.

Em um clima de gratidão e entusiasmo, educadores de diversos países testemunharam o chamado do Papa a “reativar o pacto educativo entre professores, famílias e jovens”, reafirmando que a missão de educar é, antes de tudo, um ato de amor e de fé.

Entre os participantes estava Olga Bonagura, professora da Escola para Estrangeiros da cidade italiana de Tropea. Após o discurso papal, ela compartilhou sua emoção. “Afinal, Jesus também era um professor como nós. Ele sabia realmente ensinar o pensamento crítico”, afirmou.

Ao recordar as palavras do Santo Padre, Olga destacou o modo como o Papa Leão XIV apresentou os quatro aspectos fundamentais da educação cristã, encontro, unidade, amor e alegria. “Jesus, como Mestre, sabia encontrar quem estava diante dele e sabia dar-lhes espaço. Isso é o que nós, educadores, também somos chamados a fazer”, disse a professora.

O encontro contou não apenas com professores, mas também com pais, reconhecidos pelo Papa como os primeiros educadores. Entre eles, Roberto Fucci, operário e pai de três filhos, que veio a Roma com um grupo da Paróquia Santa Maria del Sabato Santo, da Arquidiocese de Chieti-Vasto. “Sou operário, mas como pai, também sou educador em todos os sentidos e quis celebrar este Jubileu”, contou.

Com emoção, ele refletiu sobre as palavras do Papa a respeito da alegria como elemento essencial da educação. “O principal inimigo da educação nas famílias hoje é o entretenimento excessivo dos dispositivos eletrônicos. Tento ensinar aos meus filhos que a eletrônica pode dar prazer, mas somente a família proporciona alegria. Momentos que ficam gravados no coração.”

As palavras do Santo Padre sobre a verdade que se ensina a partir do interior tocaram profundamente os presentes. Para o professor Armando Fumagalli, docente de Semiótica na Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, o discurso foi um apelo à autenticidade. “Os professores devem tomar consciência de que o trabalho educativo é interior, é uma vocação, não pode ser realizado friamente”, afirmou.

O grupo de Fumagalli, formado por mais de duas mil pessoas, atravessou a Porta Santa da Basílica Vaticana antes da audiência. “Sei por experiência própria que os alunos percebem imediatamente quando o professor ensina com o coração. Essa diferença transforma a sala de aula”, concluiu.

A unidade foi outro tema central no discurso do Papa, apresentada como o quarto pilar da educação cristã. Para Livia Manfredi, professora de Ciências Humanas na Escola Bertacchi, em Lecco, o desafio é envolver os jovens de forma criativa e significativa.

“É importante propor coisas empolgantes aos jovens. Nós, professores, devemos ser mais interessantes do que os celulares e as redes sociais”. Livia destacou ainda que a tecnologia, por si só, não é um obstáculo. “O celular não é o inimigo. Precisamos ensinar os jovens a usá-lo com inteligência. O Papa falou de unidade, e acredito que devemos reativar esse pacto educativo entre professores, famílias e jovens”, disse.

O encontro com o Papa Leão XIV encerrou-se em clima de alegria, esperança e compromisso, recordando a todos os educadores que ensinar é um ministério de comunhão e serviço, no qual se transmite não apenas conhecimento, mas também a fé e o sentido da vida.

Com foto e informações do Vatican News.