Palavra do Pastor: O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas

IV Domingo da Páscoa

Este quarto domingo da Páscoa é chamado o domingo do Bom Pastor, pois o Evangelho nos apresenta a imagem do Bom Pastor (Jo 10,11-18). Neste domingo, rezamos de forma especial pelas vocações sacerdotais e religiosas, pedimos ao Bom Pastor, Jesus Cristo, que suscite vocações no meio do nosso amado povo. Este domingo de orações pelas vocações nos relembra que é nossa missão rezar sempre pelas vocações.

A imagem do Bom Pastor revela uma imagem bonita de Jesus e da sua ação para conosco. Ele é bom, nos conhece, nos ama e deu a vida por nós. Já no Antigo Testamento, encontramos a imagem do pastor para expressar o comportamento de Deus com relação ao seu povo (Ez 34,11-31; Sl 22). Jesus aplica esta imagem a si: “Eu sou o Bom Pastor” (v. 11). O adjetivo “bom” manifesta a bondade do coração de Jesus, que vai ao extremo do amor: dá a vida por suas ovelhas. Ele dá livremente a vida pelas suas ovelhas e, dando a vida, manifesta o amor do Pai por nós. O Evangelho apresenta, em contraposição à imagem do pastor, a figura do mercenário. O trabalho do mercenário é como o trabalho do pastor, mas de qualidade inferior, pois o pastor é bom, dá a vida pelas ovelhas, conhece as ovelhas pelo nome e as ovelhas o conhecem. O mercenário não é pastor, as ovelhas não lhe pertencem. Quando o lobo se aproxima, abandona as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa; o mercenário não se importa com as ovelhas.

Jesus é o Bom Pastor que conhece os seus e os seus o conhecem, e este conhecimento recíproco é a imagem daquele existente entre Jesus e o Pai. Para a Sagrada Escritura, “conhecer alguém significa entrar em relação pessoal com ele”. Este conhecimento é um conhecimento de amor, pois o pastor convida os seus a segui-lo, o que se exprime no dom que lhes faz: dá a própria vida pelas ovelhas. O conhecimento entre Jesus e as suas ovelhas não é um conhecimento simplesmente de natureza psicológica, intelectual, ou conhecimento entre mestre e aluno, etc. Ele encontra a sua fonte no conhecimento recíproco entre Jesus e o Pai. Vivendo em comunhão com Jesus, com aquilo que há de mais profundo nele, os cristãos estão em comunhão com o Filho de Deus; por isso mesmo, entram naquela comunhão vital que une o Filho e o Pai, tornando-se filhos de Deus.

Se o Pai ama o Filho, é porque este dá a vida para depois retomá-la levando a termo a obra da salvação. A missão do pastor é dar a vida. O Filho dá a vida e a retoma. A obra da salvação cumprida por Jesus Cristo-Pastor se apresenta a nós como uma grande revelação do amor do Pai: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). Que este Evangelho nos ajude a sentirmos que Jesus Cristo é o Bom Pastor e nós somos suas ovelhas. Ele nos ama, cuida de nós, deu a vida por nós. Respondamos com amor ao seu amor.